Todas as manhãs meteorologistas proverbiais aproveitam o horário nobre do seu tempo de antena para divulgar previsões rigorosamente calculadas: Céu pouco nublado ou limpo em todo território, probabilidade de formação de neblinas ou nevoeiros matinais… Dia sim, dia sim. O povo suspira e encolhe-se enquanto aquece as mãos numa chávena de café. Sai-se para a rua. Tarde de chuva, a Península inteira a chorar.
Entretanto… Artistas e operários gráficos aproveitam a ressaca do verão de S. Martinho para fazer arrumações na casa. Caprichos domésticos raros de testemunhar aos quais adicionaram algumas gotas concentradas de êxtase colectivo. Desta conjugação invulgar de circunstâncias resultou uma exposição compartilhada do melhor e do pior que têm desenvolvido nas áreas das Artes Plásticas, Ilustração e Banda-Desenhada. Algumas migalhas do quotidiano e a mesma alarvidade boémia de meia tigela, travestida de discurso contestatário que vem fidelizando públicos de norte a sul de Portugal.
Filhos de uma mãe com bom gosto, prometem invadir o espaço do Maus-Hábitos e abrir o livro para as crónicas do costume, as comichões de rotina e os bate-pé paraolímpicos que povoam a cultura subterrânea e fazem o gosto popular.
Texto de Miguel Carneiro
«Se cá nevasse fazia-se cá ski»
Exposição de artes gráficas incluida na Feira Laica no Porto
De 15 de Novembro a 23 de Dezembro
Rua Passos Manuel, 178, 4
Porto
Trabalhos de Marco Mendes, Miguel Carneiro, José Feitor, André Lemos, João Maio Pinto, Nuno de Sousa, Carlos Pinheiro, Ana Torrie, Janus, Zé Cardoso, Mauro Cerqueira, Filipe Abranches, Rosa Baptista, Jucifer e Lucas Almeida
3 comentários:
altamente!
boa miguel,
gostei do texto!
O porto mexe... e remexe. Boa!
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