segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A Mula na Braço-de-Prata



Sacudiram-Nos Bem Forte Lá No Campo De Batalha
Exposição colectiva de desenho e projecto de edição
Espaços do Desenho
Fábrica Braço de Prata
Rua da Fábrica do Material de Guerra 1, Lisboa
9 a 20 Dezembro
4ª a Sábado das 19h às 23h
Domingo das 16h às 20h


Ana Menezes , André Lemos , Bruno Borges, Carlos Pinheiro, Cátia Serrão, Daniel Lima, Filipe Abranches, João Fazenda, João Maio Pinto, José Cardoso, José Feitor, Jucifer, Júlio Dolbeth, Luís Henriques, Marco Mendes, Marta & Alves Von Calhau, Miguel Carneiro, Nuno Sousa, Pedro Lourenço, Ricardo Martins, Rosa Baptista, Rui Vitorino Santos.

Inauguração dia 12 Dezembro às 21h


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Laica de Prata (15ª Feira Laica)
Coordenação: André Lemos + Chili com Carne + Espaços do Desenho


Editoras confirmadas: Arga Waga, Averno, Associação Chili Com Carne, blam blam, jornal Coice de Mula, Contraprova, Drome : vídeozine, El Pep, discos F. Leote com Skinpin, FlorCaveira, Hülülülü, Imprensa Canalha, lvcenti 14-bis, Mike Goes West, Mina Anguelova (desenhos/ originais), MMMNNNRRRG, Mula Alada com a Cooperativa Artística Obtusa, Oficina do Cego, Opuntia Books com Pipe & Horse (Rússia) e Boom Books (Bélgica), Os Gajos da Mula, Pedranocharco, Sleep City, Thisco e zine Znok. Ainda estão por confirmar: Asa Negra e Reject'zine.

Laica de Prata,
Sala Prado Coelho, Fábrica Braço de Prata
15ª Feira Laica
19 de Dezembro, das 18h às 24h
20 de Dezembro, das 15h às 21h

concertos (comissariado por Ricardo Martins)
20 de Dezembro a partir das 18h30 (entrada 3,00 €)

Internet Movie Blogs Internet Free Tv Online Movies Database
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Qu'Inferno no Mercado Negro!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

MÃE - ARLINDO SILVA / INAUGURAÇÃO 11 DE DEZEMBRO, 6ª FEIRA ÀS 21H30




Arlindo Silva - "Mãe", 2009, óleo sobre tela, 51,5x68,5 cm.


"À espera de Verónica", 2009, óleo sobre tela, 50x66,5 cm.

"Dos anos de boémia estudantil até à estabilidade familiar do presente, a atitude do Arlindo mantém-se na forma como escolhe e retrata apaixonadamente, mas com uma precisão cirúrgica, os que lhe são mais próximos."


MCO ARTE CONTEMPORÂNEA
Rua Duque de Palmela, 143
4000-373 Porto
tlf/fax_225 102 328 tlm_966929306

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

LEGBA/HOUMFORT (7'' VINIL)



Mais uma colaboração entre Miguel Carneiro e a editora SOOPA, desta vez para a capa do álbum LEGBA/HOUMFORT (7'' VINIL), pelos HHY & THE MACUMBAS: "Revisitação supersónica e futurista do voodoo e da sua cosmologia, a música de HHY &The Macumbas é uma trituradora alucinada onde colidem complexas poliritmias electro-acústicas, fantasmas das Caraíbas e violentas fracturas do mais espesso Dub, num rital de magia electro-zombie".

A impressão em serigrafia da capa do álbum ficou a cargo do atelier MIKE GOES WEST.



20º FIBDA 2009 — As escolhas de... Pedro Moura!



Já vai um pouco em atraso mas... Miguel Carneiro e algumas publicações da Mula juntam-se ao ramalhete curado por Pedro Moura no âmbito do 20º Festival Internacional de BD da Amadora, sob o desígnio "A Contemporaneidade na Banda Desenhada Portuguesa: Uma opção de perspectiva. Dos Formalistas aos Discursivos". Participam nesta exposição Bruno Borges, Joana Figueiredo, André Lemos, Carlos Pinheiro, João Maio Pinto e Nuno Sousa. As viagens ao "mundo dos quadradinhos" da Amadora terminam a 8 de Novembro. Mais informações AQUI.



quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ciclo Exploitation I


(cartaz de Miguel Carneiro)

O Exploitation, ciclo de concertos/rituais sonoros promovido conjuntamente pela Soopa e pela Lovers & Lollypops, arranca com a tripla actuação dos Moonflare (projecto de Guilherme Canhão, dos Lobster e de Rui Nogueiro, dos Sunflare), Spastic Dementia (do percussionista e vocalista de death-metal argentino Marcelo Aguirre, de quem a Soopa editou recentemente “Live At Adolf666″) e Besta Bode (banda de psychic-death que reúne Rui Leal, Filipe Silva e Jonathan Saldanha), que em breve irá editar o 7” “Hexacosioihexecontahexafobia” (Soopa/Lovers & Lollypops).

Nesta noite será também apresentada a cassette “Dronehenge”, dos Moonflare (Lovers & Lollypops). O Exploitation continuará numa base mensal, sempre com noites de longa duração com a presença de vários músicos e bandas.

Ciclo Exploitation I

Moonflare + Spastic Dementia + Besta Bode

Quinta-feira, dia 15 de Outubro a partir das 22h30 no Maus Hábitos

www.soopa.org
www.loversandlollypops.com

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

QU'INFERNO — Ed. A MULA /Julho 2009



MAGA-MEGA-TRANS-PRÓ-PSEUDO-HÃ? ZINE QU'INFERNO!!



Uma antologia de artes gráficas editado por A Mula (Miguel Carneiro & Marco Mendes — Julho/ 2009).

Com a participação de André Lemos, Von Calhau, Jucifer, José Feitor, Aida Castro, Lígia Paz, Nuno de Sousa, Carlos Pinheiro, Joaquim Vieira, Rodrigo Neto, Nuno Camarneiro, João Maio Pinto, A. Dasilva O., Mário Augusto, Mauro Cerqueira, Arlindo Silva, Carlos Zíngaro, Filipe Abranches, João Marrucho, Marco Mendes e Miguel Carneiro.

112 págs (cor + p&b)
capa em serigrafia (pelo atelier Mike Goes West)
24x34cm
preço: 20€

A Qu'Inferno poderá ser encomendada online:
via: ah.mula@gmail.com / Ou então adquirida nos seguintes postos de venda:

Livraria Inc, Matéria Prima, Galeria Plumba, Central Comics, Galeria MCO, Mundo Fantasma, Biblioteca FBAUP;


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Graphic Arts Anthology edited by A MULA (Miguel Carneiro & Marco Mendes — Julho/ 2009).

Colaborators: André Lemos, Von Calhau, Jucifer, José Feitor, Aida Castro, Lígia Paz, Nuno de Sousa, Carlos Pinheiro, Joaquim Vieira, Rodrigo Neto, Nuno Camarneiro, João Maio Pinto, A. Dasilva O., Mário Augusto, Mauro Cerqueira, Arlindo Silva, Carlos Zíngaro, Filipe Abranches, João Marrucho, Marco Mendes e Miguel Carneiro.

112 pages (color + b&w)
silkscreen cover (printed on Mike Goes West studio)
24x34 cm
price: 20€

You can order it online:
ah.mula@gmail.com



[Recensão crítica de Pedro Moura no Ler BD]

quinta-feira, 23 de julho de 2009

João Peludo


Concerto de João Peludo, dia 25 de Julho às 18 horas, no Espaço Campanhã, na Festa de encerramento da exposição A Mula Ruge.

João Peludo apresentou:

Nuno de Sousa e Marta Bernardes (guitarras e cantorias)
João Covita (acordeão)
Pedro Gonçalves (guitarra eléctrica)

"Revisão da matéria (negra), serendipismo e efeitos narrativos.
Loas e clamores, cantares desencantados e ilusionistas desiludidos.
Castelos extraordinários, gordura mágica e melancolia medieval."






sexta-feira, 17 de julho de 2009

A MULA RUGE # exposição + concerto

De 4 a 25 de Julho de 2009 no Espaço Campanhã:

Exposição colectiva com Miguel Carneiro, Marco Mendes, Arlindo Silva, Filipe Abranches, João Maio Pinto, André Lemos, Berto Fojo, Likenico, Pelucas, Von Calhau, José Feitor, Júcifer, Lígia Paz, Raygal, Mauro Cerqueira, Mike Goes West, Nuno de Sousa, Carlos Pinheiro e Carlos Zíngaro.

























Concerto Mental Liberation Ensemble & Carlos Zíngaro:

O Mental Liberation Ensemble é uma formação cujos membros provêm de áreas musicais que vão do death-metal ao free jazz, colaborando regularmente em vários projectos (F.R.I.C.S., Mécanosphère, Srosh, Lost Gorbachevs, entre outros), e que se juntam como Mental Liberation Ensemble quando surge a oportunidade de acolher um músico convidado. Para o concerto na inauguração da Mula Ruge a formação foi constituída por:

João Martins - saxofones
Henrique Fernandes - contrabaixo eléctrico
Gustavo Costa - bateria e percussões várias
João Filipe - percussões
Filipe Silva - electrónica, guitarra
Jonathan Saldanha - electrónica e outros instrumentos

A estes músicos juntou-se o convidado Carlos Zíngaro (violino).

A MULA RUGE # Feira Laica

Com a participação das edições A Mula, Chili Com Carne, Edições Mortas, Opuntia Books, Imprensa Canalha, Mike Goes West, Bela Trampa, Um Café, Stripburger, Le Chanelas, Lemur, Revista Voca, Berto Fojo, Pelucas & Likenico. (+info)








Consumou-se, finalmente, o tão aguardado parto do Maga-Mega-Trans-Pró-Pseudo-Hã? Zine Qu'Inferno aqui pelos Gajos da Mula. Com capa em serigrafia (e todas diferentes), impressa no atelier Mike Goes West e paginada pelo João Marrucho, a revista de 112 págs (incluindo 2 cadernos cor-de-fogo) conta com a participação de André Lemos, Von Calhau, Jucifer, José Feitor, Aida Castro, Lígia Paz, Nuno de Sousa, Carlos Pinheiro, Joaquim Vieira, Rodrigo Neto, Nuno Camarneiro, João Maio Pinto, A. Dasilva O., Mário Augusto, Mauro Cerqueira, Arlindo Silva, Carlos Zíngaro, Filipe Abranches, João Marrucho, Marco Mendes e Miguel Carneiro.

A Qu'Inferno poderá ser encomendada online (via: ah.mula@gmail.com) por 20€ (+ portes de envio). Ou então adquirida nos seguintes postos de venda:

Livraria Inc, Matéria Prima, Galeria Plumba, Central Comics, Galeria MCO, Mundo Fantasma, Biblioteca FBAUP;

A MULA RUGE #

"Supunha-se que mãe da Mula era uma égua, robusta, nobre e altiva, uma Alter-Real de uma qualquer coutada do norte, dada a grandes passeios e caças, e de atavios esplendorosos, e que o seu pai seria um jumentinho mais humilde, anafado e feliz, habituado a acartar bilhas de água e caixotes de peixe, mas dado a guitarradas nocturnas, versos soltos e copos sem abuso. Supunha-se.

Supunha-se que a Mula era estéril, como é comum à sua natureza de mula. Supunha-se.

Supunha-se que a Mula iria ficar no seu cantito, remoendo palha e acartando o que havia a acartar. Supunha-se.

Viemos a descobrir afinal que a Mula tinha como pai um Dragão (não fosse ela do norte), daqueles que berra e bate os punhos na mesa quando o vinho tarda, e que não tem sequer ideia do que significa desistir, mesmo que o passo seja maior que a perna e acaba por ficar com uma azia terrível de quanto em vez. Quanto à mãe, não se sabe bem quem é, já que a abandonou à nascença, mas sabe-se que era senhora de boa classe, e prendada nas artes, nas Belas ou nas Altas, e que por isso mesmo se envergonhou de dar à luz tal criatura, que de facto se veio a revelar mais inclinada à rabisqueza da mais baixa classe das imagens. Diz-se que alguns dos professores dessa senhora sabem disso e, quando com a Mula se cruzam, se persignam, suando.

Viemos a descobrir também que a Mula não era nada estéril, bem pelo contrário, é tão fértil quanto as éguas da Lusitânia, que se diz se emprenhavam por Zéfiro, o vento do Ocidente (que é como quem diz, em parlar antigo, “por dá cá aquela palha”: deitavam-se com qualquer um, as lambisgóias!). E basta sacudir a cauda emproada uma ou duas vezes, lá vão atrás dela pretendentes felizardos e cumpridos, deixando atrás os frutos do seu encontro.

A Mula Ruge é uma espécie de infantário, onde podem vislumbrar essa maldita e mutante prole de tantos anos de rambóia. É também uma espécie de orgia, pois poderemos ver in actu as trampolinices da Mula com seus novos namorados (alguns deles com idade para ter juízo, mas que ainda revelam ter pêlo na venta). E ainda uma espécie de casamento de aldeia, já que convidaram todos os compadres e comadres para um pé de dança, comezaina e outras vilanias.

De todos estes animais faz-se não uma fábula, mas, como com uma certa cadela de nome Laica, essa de outras paragens mais sulistas e solarengas, uma constelação proteica. Uma constelação daquilo a que se dá o nome, flutuante, entre chusma e artistas (“colectivo” é o termo oficial). Velhos e novos, clássicos e mutantes, diplomados e párias, bem-comportados e caóticos, todos se agregam sob a asa... da Mula. O que os une é um grau de amizade, em primeiro lugar, elo o qual se consolida pela mútua admiração. Não obstante os "estilos" (e humores) se diferenciarem, radicalmente por vezes (onde juntar as manchas de tinta despejadas ao acaso de um e a correcção representativa de outro?; a épica do nonsense de uma e a encarreirada narratividade de outra?), e os diversos graus de sucesso, procuram-se entre si para esses gestos, em uníssono, fanzines, auto-edição, feiras, exposições independentes, blogs, links de uns para os outros. É dessa e nessa associação livre que chegamos ao epítome de sinergia (aqui, palavra plenamente justificada) com esta máscara animal. É o que de mais próximo existe no nosso burgo de um movimento nesta área em particular (e que nome lhe dar?), ainda que sem programas, dogmas, manifestos, mas sem rede também... coerente e coeso como apenas a amizade o pode fundar, corroborado pelos actos criativos de cada um: uma comunidade estética.

Dessa circunstancialidade de acção e de esferas comuns, emerge a ideia de um descomprometimento para com estratégias de conformação a uma área que, à partida, não tem lugar para este tipo de experiências (a catalogação de "desenho" não parece correcta, o preconceito em relação à ilustração falha o alvo, a diminuição a outros territórios "úteis" fica mudo). Trata-de de desenho, seja ele nascido do lápis, da grafite, ou da ponta de um pincel. É o movimento de dança do pulso aquilo que dita a ideia de ser desenho, aliada à escala e à proximidade que a sua fruição exige (bem diferente da distanciação aurática a que outras disciplinas artísticas obrigam).

Há uma transformação do desenho num instrumento de representação onírica, fantasiosa, comediante, dramática, narrativizante, para nos devolver os nossos rostos e aqueles que se cruzam todos os dias. E todos com beiça de animal procurando o seu rugir." (Texto de Pedro Moura)










( Nota: agradecimentos a todos os colaboradores pela intensa semana de montagem da exposição; e ao Miguel Pinho e Kaja Avbersek pelo empréstimo de algumas fotos.)